sexta-feira, novembro 28, 2003
posted by Unknown
11:07
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Avisos da Gerência
Como estou embrenhado em projectos de final de semestre, infelizmente prevejo uma redução dos serviços prestados ao blog durante as próximas semanas.
Passei as últimas noites a tentar domar uma criança embirrenta chamada Ilias, que me andou a tirar o sono e dedicação a outros projectos. A criança é toda open-source (careta), e pior, é concebida para funcionar preferencialmente em Linux (dupla careta).
Odeio Linux!
P.S.: Com este merecido desabafo conto receber o nosso primeiro hate-mail de algum anti-capitalista alter-globalista, apoiante acérrimo destas formas de distribuição de software (open-source) que vão contra qualquer regra básica de uma economia de mercado.
P.S.2: Agora, se não se importam, vou fazer ginástica ao ritmo das dobragens emocionantes do Canal Viver.
"esse rabinho contraído... mantenha, mantenha.... venha, venha... para cima, para baixo, para cima, para baixo... não pare...julgo que também estou a sentir...ai ai ai ai"
Creio que parte destas dobragens são aproveitadas para os filmes de fim-de-semana à noite.
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10:42
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Quem paga?
Alguém me explica, por favor, quem paga a campanha da Sociedade Ponto Verde, presente em quase todos os espaços publicitários de todos os canais de televisão, sejam ou não em horário nobre? Deve ficar barato...
P.S.: E que dizer daquela frase proferida por uma das criancinhas do anúncio: "O meu pai sabe tudo porque é jornalista!" -- verdadeiramente hilariante!
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10:10
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A Brigada do Politicamente Correcto ataca de novo...
(via ActiveWin.com)
Desta vez, certas terminologias informáticas são o alvo!
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terça-feira, novembro 25, 2003
posted by Rita Alcaire
14:04
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És tu Dante?
A Divina Comédia
Não devíamos ser tão duros com os estudantes de Coimbra. Afinal, perante quaisqueres problemas, eles manteram-se fortes, o que é uma demonstração demonstrada das suas grandes capacidades (principalmente argumentativas). Combatem a ilegalidade que afirmam ser o aumento das propinas com uma medida de liberdade de expressão da sociedade democrática em que vivemos: fechar a cadeado as portas das faculdades, para que mais ninguém entre. Afinal somos, ou não, todos iguais? O facto de durante a madrugada e, muitas vezes, de manhã fecharem as ditas portas a cadeado mostra que, ao contrário do que as pessoas dizem, não se importam de se levantar cedo para ir à faculdade. E há pessoas que dizem que os meninos não põem lá os pés! Aliás, é a pessoas como eles que devemos recorrer para saber informações sobre o estado do Ensino Superior em Portugal. Eles têm uma coisa a que se chama saber de experiências feito, pois já frequentam os seus cursos, em alguns casos, há mais de oito anos. Sabem também como é duro usar os escassos transportes públicos de Coimbra e, por puro altruísmo (para que haja mais lugar para outros), andam sempre de carro. Para animar o dia do tristonho transeunte, abrem a janela deixando toda a gente ouvir a música que têm em volume máximo no leitor de CD do carro. São cidadãos activos, não deixando de mostrar o seu descontentamento pela má condição em que estão as ruas de Coimbra, arrancando sinais de trânsito ou sujando as vias públicas com todo o tipo de fluidos corporais.
Para aqueles que os acusam de não estudar, aqui fica o esclarecimento. Mesmo depois do período de aulas, a que nunca faltam para jogar cartas na Associação ou para dormir, como as pessoas julgam, continuam as suas investigações académicas de grande serviço público. Eles testam a segurança da Penitenciária de Coimbra subindo aos Arcos do Jardim a ela adjacentes, testam o serviço de urgência dos HUC entrando sucessivamente em coma alcoólico. Mas, mais importante do que isso, testam teorias da lei da gravidade e da aceleração de corpos em queda livre, largando um pastor alemão de um oitavo andar...
"Ó doutor, vá lá para casa", dizem os polícias sorridentes, tratando TODA A GENTE de uma forma muito descontraída. Lembro-me de uma vez ter sido grosseiramente interpelada por um polícia quando acendia uma vela na rua. Julgava ele que eu preparava um caldinho para mandar para a veia. Eu tinha 15 anos e estava em frente a um amigo, cantando-lhe os parabéns. Entendo a confusão. E perdoo-o. Sei que nesse dia devia estar mal disposto e por isso se comportou de uma forma diferente da que vejo quando se trata de estudantes. É que nesta cidade, somos TODOS tratados da mesma maneira.
Cartoon de Luís Afonso, in Pública, 16 de Novembro de 2003
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domingo, novembro 23, 2003
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03:23
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Helena Matos no Público de ontem
(...)
O fundamentalismo islâmico beneficiou na Europa da orfandade de quem teve medo de se ver sem Deus nem verdades absolutas a dizer-lhes qual o caminho certo e sem pecado. O fundamentalismo islâmico beneficiou da incapacidade dos governos europeus de afirmarem que a liberdade, a democracia e a igualdade entre os sexos são valores que estão dispostos a defender. O fundamentalismo islâmico beneficiou do anti-semitismo que une uma parte da esquerda e da direita europeias. Anti-semitismo esse que transformou Arafat num libertador. Que faz com que se multipliquem com o ar mais cândido do mundo expressões como "o protectorado" quando se fala de Israel e que tenham como último dos seus "slogans" qualquer coisa como "Iraque, Palestina a mesma luta". O fundamentalismo islâmico beneficiou do antiamericanismo duma Europa que, parafraseando Garrett, já não pode ser o que foi e muito menos pode ser o que é.
Duma Europa em que o terrorismo e, no caso, o terrorismo islâmico mata, amordaça e amedronta. Mas em que mesmo assim há quem se sinta mais à vontade a gritar palavras de ordem contra Bush e Blair do que a fazer um minuto de silêncio pelos mortos nos atentados que têm varrido a Turquia. O medo e o ódio fazem com que muitos abram alas aos "automóveis da morte".
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sábado, novembro 22, 2003
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01:40
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Post da semana
Sem querer copiar os prémios semanais do excelente Mata-Mouros, chamo a atenção desta análise clara e bem fundamentada em factos históricos, proporcionada pelo Contra-a-corrente ("MP e o Terrorismo"). Leitura obrigatória!
P.S.: A gripe já está quase vencida...
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terça-feira, novembro 18, 2003
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18:15
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Ventania
Próximo de S. Brás, ilha Terceira, Setembro 2003
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segunda-feira, novembro 17, 2003
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15:14
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Enquanto Guimarães dorme...
Largo da Oliveira, madrugada, Outubro 2003
Beco sombrio, madrugada, Outubro 2003
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posted by Unknown
13:22
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Bryan Ferry & Kathleen Gomes
Todos os indícios já apontavam para isto. A irritação na garganta, a cabeça tonta...
Claro está, hoje, a constipação bateu forte e neste momento encontro-me num estado semi-consciente, com a boca meia aberta, uma dorzinha que me mói na zona dos maxilares e o nariz a pingar (dava uma bela foto). Nem duas canecas bem fortes de English Breakfast Tea da Whittard são suficientes para me tirar deste estado de letargia.
Gosto destas meninas. Acho que tem graça, logo pelo título do blog -- "A Kathleen Gomes é um boi". E devo a elas a única razão para me rir esta manhã, com este post a achincalhar com aquele peso morto que acompanha o Público todos os Sábados. Já muitas vezes gozei com a merda da Xis, em conversa com R. ou outros amigos -- aqueles textos e conselhos sobre balelas e politicamente correctos q.b. atiçam-me os nervos! Mais precisamente, atiçavam-me há uns anos, quando na minha ingenuidade ainda tentava ler os primeiros números. Agora, vai sempre para o lixo em estado virginal. Também eu gostava particularmente da página do Eduardo Sá, que perante perguntas filosóficas -- próprias de alguém que não tem mais nada com que se preocupar, característica essa, típica dos leitores da Xis --, ou melhor, perante alhos respondia com bugalhos.
Outro ponto a favor delas é o facto de não usarem roupa da Carhartt nem óculos de massa.
Quando descubro um disco, mesmo que seja uma velharia, sou capaz de permanecer agarrado a ele durante semanas. Nas últimas semanas tem sido este:
E admito-o: não, a minha fase preferida do Bryan Ferry & Roxy Music não é a relativa aos anos 70. Não senhor! O que gosto mesmo é da fase romântica-pindérica-quase-kitsch dos anos 80. Quem consegue resistir a músicas como a "Slave to love", "Oh Yeah" (uma preferida minha), "Is your love strong enough", ou o tema que serve de título à compilação, a "More than this"? Delicioso e irresistível, garanto-vos eu!
Os meus vizinhos já devem pensar que ando com dor de corno...
Agora volto a sentar-me em frente à televisão onde passarei a tarde especado, com o cérebro em off, a ser violado pela programação da tarde, sempre com excepcional qualidade.
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domingo, novembro 16, 2003
posted by Rita Alcaire
16:55
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UM ANO- Peidos sonoros e amizades fortes.
Aqui há algum tempo aconteceu uma coisa engraçada. Passei pela biblioteca municipal de Coimbra para pagar as quotas anuais. Tinha andado ocupada e, por isso, o prazo limite havia passado. Depois de percorrer várias secretárias de gente mal encarada de onde ia sendo dispensada, com um movimento de mão, para secretária seguinte, encontrei o local correcto. Chegada ao funcionário público a quem competia receber e registar o pagamento, iniciou-se o processo: o de actualização das contas e um percurso de inesperada reflexão sobre a minha vida.
Sou daquelas pessoas que acha sempre que não faz o suficiente. Acho que com a minha idade actual já devia ter descoberto a cura para o cancro e recebido os mais altos prémios de diferentes áreas. Naquelas datas comemorativas habituais (que eu não comemoro), é impossível não olhar para trás e rever algumas coisas na nossa vida: Especialmente em dias de aniversário em que toda a gente, alegre à minha volta, me diz que estou de parabéns. Eu ainda não entendi por quê.
Era necessário actualizar os dados. "Continua a ser estudante?". Apeteceu-me explicar-lhe que nunca tinha sido estudante, que me considerava uma estudiosa. A imagem e o conteúdo da personagem estudante em Coimbra, cidade onde vivo e onde estudei, não se aplica em nada à minha pessoa. Sendo ou não sendo estudante, já não o era. "Licenciei-me este ano". Toc, toc, toc nas teclas do computador. É engraçado como os funcionários públicos que me atendem escrevem todos com dois dedos (um de cada mão, claro). Em duas variantes: indicadores e dedos médios, neste último caso, digitando dados pessoais com inusitados e, por vezes, ameaçadores piretes. Realmente estava licenciada, algo que me causava bastante satisfação pela simples razão de estar quebrado o vínculo que me ligava à inenarrável Universidade de Coimbra, instituição sobre a qual já me pronunciei várias vezes e não vou voltar aqui a fazê-lo.
As actualizações sucederam-se. "A morada ainda é a mesma?". Não era exactamente a mesma. Tinha havido uma alteração pela Câmara Municipal de forma a tornar coerente a numeração do meu prédio com a da rua. Depois do número provisório atribuído à casa aquando da construção, mudava-se agora para uma numeração que esperava eu ser a definitiva. Enquanto os meus dados eram alterados no ficheiro da biblioteca, relembrei a dolorosa mudança de casa. Confesso que foi, e ainda é, uma das alturas mais dolorosas da minha vida. Havia mudado cerca de dois anos antes para um apartamento em fase de acabamento. Digamos que o apartamento estava em construção e não em acabamentos, como é comum em Portugal. Em acabamentos está agora, que o construtor foi à falência, que o engenheiro foi hospitalizado várias vezes com ataques de ansiedade por causa da obra, que vários outros elementos desapareceram com material e, outras vezes, com dinheiro. Relembrei os móveis estragados, os objectos mais íntimos atirados sem piedade para a parte de trás de uma carrinha de caixa aberta das obras e do grupo de romenos que nos fez a mudança "gratuitamente". Por conta deles, por nosso risco. No decorrer da mudança desapareceram objectos de grande valor estimativo e também de grande valor monetário. Rasgaram-se livros, partiram-se quadros. Tudo para dar entrada numa casa só com paredes, sem porta da rua e com pouca corrente eléctrica. Obviamente sem telefone, sem rede para poder ouvir uma voz amiga ao telemóvel. A quilómetros de qualquer ponto de referência. Em plena época de exames.
Sentada em cima de um caixote, com um candeeiro pequeno e às vezes com lanterna ou velas, muitas foram as noites a estudar para exames, a escrever ensaios e trabalhos. Sempre à mão, à espera de um metro quadrado de chão e uma tomada onde ligar o computador. De dia, trabalhar era insuportável. O barulho das ferramentas e dos homens das obras, com o seu requintado vocabulário, e a quantidade absurda de pó. Letal para quem tem alergias tanto à poeira como à vulgaridade. Os colegas de curso riam-se com as histórias de não poder sair de casa por terem descarregado um monte gigantesco de areia em frente à porta, o que me impedia de passar. Ou de, ao instalarem o telefone, rebentarem os canos da água (tenho fotografias para o provar), ignorando o sofrimento que estava por trás de tudo isso. Os "amigos" afastaram-se, porque agora morava muito longe. Eu é que podia apanhar dois autocarros e fazer mais um longo percurso a pé para me encontrar com eles, porque era mais fácil. Realmente a distância de minha casa a casa deles devia ser mais pequena do que de casa deles a minha casa. As distâncias são sempre maiores para as pessoas de má vontade. Os amigos, esses, estavam lá. Aparecendo, sorridentes, trazendo mesas, ajuda na arrumação, carinho. Uns reclamavam para si o título de visitante número um. Outros ameaçavam raptos e cumpriam a promessa, libertando-me daquela loucura. É incrível como nestas alturas, até um Continente cheio de crianças aos berros é relaxante.
Depois de meses de burocracia para conseguir mudar a morada em vários sítios, com funcionários incompetentes que me chamavam de mentirosa (sim, mentirosa!) porque se "o bilhete de identidade diz que é a freguesia Tal, não pode agora dizer-me que vive na freguesia Não Sei Quê!", a morada mudou novamente. Informei o senhor da Biblioteca "Onde diz Lote X ponha agora nº Y.". Os dados forma rectificados.
Estado civil (designação horrorosa e limitada)? Continuava solteiríssima. Convicta. O que não queria dizer, de forma alguma, que nada se tivesse passado no plano afectivo. Estava em "recuperação" de uma relação longa e muito importante que tinha terminado. Ao longo desse ano uma ou outra paixoneta. Erros reiterados. Aqueles que sentiram em mim, erradamente, algum cheiro almiscarado e tiveram de ser postos no seu lugar. Algumas cambalhotas em bancos traseiros que deixavam vidros embaciados e homens do lixo curiosos.
Pensei, por momentos, que me ia perguntar porque só havia levado um livro durante todo o ano. As ocupações e projectos de final de curso, em conjunto com várias actividades extra-curriculares que me absorveram muito tempo, não permitiram grandes visitas à Biblioteca. Estas actividades pediam uma leitura mais específica, impossível numa biblioteca genérica, como esta. Fui mais fiel à amazon.co.uk, de onde encomendava toneladas de livros para os meus trabalhos, do que a qualquer biblioteca, mesmo na Universidade. Os temas sobre os quais me debruçava não dispõem de grande bibliografia, nem mesmo nas bibliotecas dos departamentos das áreas a que se referem. Planeamento de entrevistas, recolha de material, escrita de trabalhos. Um ano muito ocupado. O único livro que havia requisitado na Biblioteca Municipal dizia respeito à história de um município próximo de Coimbra onde levei a cabo, em conjunto com uma pequena equipa e algumas pessoas ligadas à Câmara desse município, um trabalho de recolha de testemunhos orais dos munícipes mais velhos. Um trabalho que me ensinou muito sobre variadas coisas. Nomeadamente, como fugir de cães vadios, como andar em transportes públicos onde chove e, principalmente, falta de fidelidade entre colegas de trabalho.
A minha cabeça deambulava sobre estas e outras questões, quando o funcionário se dirigiu novamente a mim, certamente para me lançar mais uma questão que me levaria em nova viagem reflexiva. "Ora são dois euros e cinquenta, por favor". Pois. Em viagem reflexiva não diria. Nada de novo constatei acerca do meu último ano ou das minhas experiências de vida, a não ser o facto de andar sempre com a carteira quase vazia.
Há cerca de duas semanas, coincidente com mais uma festa académica de Coimbra que deprime qualquer um, dei por mim novamente questionando aquilo que (não) fiz. Telefonei a JL, gritando ao seu ouvido os meus lamentos. Tinha verificado que há cerca de um ano, nada havia a registar no meu curriculum vitae. E, pior do que isso, não havia a curto, a médio, nem a longo prazo nada que me ocupasse o tempo. O desespero era tanto que cheguei a dizer: "Hoje nem os meus sapatos condiziam com as minhas calças!" como se isso me conferisse uma grande incapacidade intelectual. "Eu sou um pijama que se arrasta pela casa; sou uma bufa mal cheirosa, sou uma vergonha!". Do outro lado da linha, JL na sua paciência infinita para as minhas parvoíces ofereceu-me o ombro e um puxão de orelhas. Fez-me abrir os olhos para o último ano e para aquilo que se podia seguir. Fiquei a pensar no que me disse e pus mãos à obra. Revi esse ano que não entrava no currículo, mas que tinha tanto ou mais mérito do que aquelas anotações idiotas sobre a nossa experiência de vida que lá constam. Sacudi a poeira e fui à luta. Parece que devido a esse ano não registado no currículo, em que desenvolvi muito trabalho valioso para muita gente e também para mim, vou ter direito aos meus quinze minutos de fama. E, se depender de mim, a muito mais.
Afinal, não sou uma bufa mal cheirosa, mas sim um peido bem sonoro. Umas vezes causa riso. Outras, embaraço. As vezes é inodoro. Outras, marca território. Mas nunca passa desapercebido.
Pois é, num ano acontece mesmo muita coisa.
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posted by Unknown
16:23
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Futebol e Estádios
Apenas uma curta nota
Ontem realizou-se um jogo no recente Estádio do Vitória de Guimarães. Moro perto do estádio e estou habituado ao caos e falta de civismo em dias de jogo -- carros estacionados onde calha, trânsito lento, etc. Mas ontem foi diferente -- para pior! Filas enormes em todas as ruas que envolvem o estádio. Mais carros ainda, e uma fila parada de alguns quilómetros na via rápida que dá acesso à cidade.
Infelizmente, embora ninguém pareça ter reparado, ontem foi uma excelente simulação do que vai acontecer em dias de jogo durante o Euro 2004. Todos os estádios que se encontram inseridos em malhas urbanas com maus acessos como é o caso de Guimarães e, ainda mais grave, Coimbra irão provocar este tipo de inferno. Já se sabe que os portugueses gostam de chegar à última da hora -- tudo aqui relatado foi constatado a 10 minutos do início do jogo. Não vale a pena a UEFA impor a construção de parques de estacionamento sob os estádios uma vez que, por um lado, os portugueses geralmente não os usam -- exemplo disso é, mais uma vez, o parque do estádio de Guimarães que se encontra sempre às moscas -- e se os acessos não são fáceis.
Dentro do lote de estádios que não foram construídos de raiz, gosto muito do Estádio do Vitória -- esteticamente, está muito bem conseguido, e criaram uma área verde envolvente agradável (qualquer dia talvez coloque aqui algumas fotografias que tirei há tempos). Na minha opinião, o local ideal seria fora do centro, junto ao Pavilhão Multiusos, que é servido por bons acessos e tem muito espaço em redor.
Sobre o Estádio do Dragão, não há muito a escrever. Possui uma estrutura bela e leve (como já foi gabado inúmeras vezes) e é realmente um excelente trabalho por parte do arquitecto Manuel Salgado.
Pessoalmente, interesso-me mais pelas soluções tecnológicas aplicadas na infraestrutura. Por exemplo, os telefones VoIP da Cisco Systems -- como se pôde ver na reportagem da RTP, enquanto o representante do FCP fazia a visita guiada ao jornalista e debitava todos aqueles acrónimos high-tech memorizados no dia anterior.
Interesso-me mais pela reabilitação / criação de uma nova cidade na zona oriental do Porto, mas vou esperar para ver o desenvolvimento prometido -- o centro comercial em construção, os edifícios de escritórios e de habitação, e mais importante, as áreas verdes tão em falta nessa zona da cidade.
Sobre o futebol propriamente dito (as tricas, mafia, e atenção exagerada que recebe), estou a cagar-me -- como vê, dr. Ferro, opto por não utilizar o gerúndio.
P.S.: Agora retiro-me de vez... este foi mesmo o último!
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posted by Unknown
15:33
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Pão e Circo
Festa em directo toda a tarde.
Jorge Gabriel e aquela senhora com um nome estranhíssimo.
Guilherme Leite e os seus personagens sem qualquer graça.
Música pimba e bailarinas aos pinchos.
Noticiário transmitido em directo do Estádio do Dragão, repleto de reportagens inenarráveis sobre os feitos do FCP, com testemunhos dispensáveis e informação realmente interessante = 0.
Receita perfeita para um domingo de serviço público de qualidade.
Razão tem Eduardo Cintra Torres quando defende que o Telejornal deveria durar apenas 30 minutos. E seria tão fácil reduzir para essa duração.
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posted by Unknown
15:23
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Jaquinzinhos suculentos
Hoje, os Jaquinzinhos à venda no mercado são do melhor, já tendo promovido sonoras gargalhadas com tão breves linhas -- logo hoje que acordei com o barulho da criancinha do apartamento vizinho, agoniado e com uma garganta dorida.
A adicionar a estes dois posts do Jaquinzinhos, mais outra referência ao FSE, desta vez feita no excelente Merde in France na semana que passou:
Tariq Ramadan Le Pen only tanned
The French Left opens its arms wide to accept the racist Tariq Ramadan at the Zeropean Social Forum starting today. He's just like Le Pen, except he's tanned.
Curioso, porque a esquerda nacional parece escandalizar-se com a presença de um "pós-fascista" italiano no recente congresso do PP, mas a mesma não se parece importar minimamente com algumas presenças nesses fóruns patetas, onde se vê e ouve verdadeiro anti-semitismo e anti-americanismo.
Os extremos tocam-se...
Entretanto, o Le Monde vai ajudando à festa, sempre com cartoons de baixo nível -- que me escuso a fornecer link, uma vez que por um lado estão no blog supracitado, e por outro, não quero conspurcar este blog.
P.S.: Antes que haja mal-entendidos como é próprio de algumas pessoas, não sou nem nunca serei -- enquanto for mentalmente são -- filiado em qualquer partido ou movimento político.
P.S.2: Aguarda-se a qualquer momento a primeira crónica de R. Retirar-me-ei para dar passagem. Estejam atentos pois vale a pena!
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posted by Unknown
06:21
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BBC
in Andrew Sullivan:
Churchill's doctor, Lord Moran, favored continuing the BBC monopoly. When he questioned Churchill about it, the great man exploded. "For eleven years they kept me off the air. They prevented me from expressing views which have proved to be right. Their behavior has been tyrannical. They are honeycombed with Socialists - probably with Communists."
True again today. They no longer have a monopoly - but they still force Brits to pay for propaganda. This nugget can be found in "Diaries of Lord Moran: The Struggle for Survival, 1940-1965," page 417. (Thanks to a reader.)
Enquanto termino o trabalho desta noite para o meu projecto, vou apanhando bocados do noticiário da BBC World. Assunto: Iraque. O pivot no estúdio em Londres pergunta ao correspondente em Baghdad se este acha que houve uma mudança de posição por parte das forças aliadas, se acha que vão optar por um plano B (imaginado na cabeça destes jornalistas, pois claro). Se o colega também pensa que os sacanas dos imperialistas, por outras palavras, se querem pôr a andar daquele "inferno" o mais depressa possível.
Mal olhei para a televisão durante estes momentos mas não foi preciso. Basta imaginar os rostos dos jornalistas, quase a babar-se de felicidade por haver um indício de que algo possa estar a correr mal. Mesmo que esses indícios, na maior parte, não passam de obstáculos naturais, geralmente exagerados pelos próprios correspondentes de alguma comunicação social -- mesmo algumas networks americanas, tradicionalmente mais liberal e anti-Bush.
O lema da BBC World -- "Demand a broader view" -- obriga-me a mudar de canal...
(via Valete Fratres ! )
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quarta-feira, novembro 12, 2003
posted by Unknown
07:49
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Parabéns dr. Cunhal pelas 90 primaveras (não de Praga)
Permita-me que lhe ofereça uma simples t-shirt neste seu aniversário. Não, não será uma t-shirt com as imagens de grandes ícones como Stalin ou Che Guevara estampadas (como tão bem venderam, mesmo sendo caras, na festa do Avante em Setembro passado). Nessa linha, o dr. Cunhal já deve ter uma considerável colecção guardada no armário. Na sequência do seu artigo publicado no Avante da semana passada, e querendo contribuir para que o mundo dê mais uma oportunidade a países tão belos como a Coreia do Norte ou Cuba de forma a que estes atinjam a tão desejada utopia socialista, penso que este presente foi muito bem escolhido. Bem sei que é uma oferta um tanto pobre para alguém que atinge a sua idade, mas um verdadeiro comunista não liga a valores materiais, não é verdade?
Uma pequena foto da prenda que tenciono enviar assim que me fornecer uma morada válida:
Com os melhores cumprimentos.
(Post inspirado em João Pereira Coutinho)
P.S.: Numa linha mais séria, não posso com este típico lambe-botismo da comunicação social ao facto do homem ter completado 90 anos. É tão previsível! Os jornalistas derretem-se por idiotas idealistas e a perdoam-lhes tudo (no passado e no presente). Esquecem-se de um pequeno pormenor tão óbvio: tivesse conseguido o que pretendia logo após o 25 de Abril -- a implantação de uma ditadura satélite da ex-URSS -- e nenhum gozaria da liberdade de expressão que tomam por garantida.
O aniversário do dr. Cunhal teve até direito a referência na porcaria do talk-show da tarde na SIC, logo após a mais um boato sobre o "social" fútil...
Uma boa cobertura da efeméride foi feita pelo Independente no fim-de-semana passado. Um especial com diversos bons textos de opinião, destacando-se um ensaio muito bom, intitulado "O fracasso político do dr. Cunhal", escrito pelo historiador / investigador Rui Ramos.
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posted by Unknown
07:10
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ProtestWarrior.com
(via Merde in France)

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posted by Unknown
07:02
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Posto de Retransmissão
Como já certamente repararam (mas alguém vem cá??) este blog ainda não aqueceu além de uma temperatura tépida. Por falta de tempo tomado por alguns projectos, por preguiça, por receios, sei lá. Daí que decidi pôr em prática um formato de blog em modo de retransmissor, isto é, onde tento construir uma central de conteúdos do melhor que se escreve nos outros blogs ou publicações. Obviamente que uma grande parte desses textos provirão dos blogs incluídos na lista dos links no fundo da página. Não será de estranhar pois estes são leitura obrigatória praticamente todos os dias.
Outra novidade é o endereço de e-mail. Se depender de mim, nunca haverá caixinhas de comentários, habitualmente preenchidas por comentários fúteis, inúteis e idiotas.
Enquanto esperamos pela primeira crónica de R., ficamos com a programação do retransmissor.
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